quarta-feira, 6 de julho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 27º capítulo - Interativa










No one else's arms can lift... Lift me up so high

Quando você está com aquele
Que estava destinado a encontrar
Tudo se encaixa
Todas as estrelas se alinham
Quando você é tocado pela nuvem
Que tocou a sua alma
Não deixe escapar

(Demi Lovato - Heart by heart)



Na manhã do dia 26 de agosto, eu acordei e me sentia estranha. Parecia que estava fora do meu corpo e fazia as coisas automaticamente. Quase não consegui comer e, se pus alguma coisa no estômago, foi por pura insistência das meninas.

Durante toda a tarde, enquanto eu me arrumava (E era arrumada), realmente parecia que estava em outro mundo, com a cabeça vazia e me sentindo uma espécie de espectadora de todo aquele... Circo. Quer dizer, eu ainda não conseguia me acostumar à ideia daquele casamento ostensivo. Por mim, podia ser uma cerimônia simples, só com as pessoas mais próximas, mais aconchegante e poderia ter comprado só a comida mesmo.

E foi justamente enquanto estava observando meu próprio reflexo no espelho, com as meninas terminando de arrumar o vestido e o véu que eu podia prever como seria minha vida dali para a frente: Por mais que o fosse um porto seguro, não digo só financeiramente, uma vez que eu tinha certeza que ele não me deixaria desamparada com um filho nos braços, mas em termos de emocional também, apesar de tudo. Eu gostava do , verdade fosse dita. E não era pouco. Mas eu nunca tinha sentido nem um terço do que eu sentia quando estava com o . Quer dizer, o era um cara incrível, mas... Se ele me lançasse um olhar diferente, era como se nada de diferente acontecesse. Enquanto que com o ... Bastava um único olhar, mesmo um comum, era o suficiente para que eu saísse do meu próprio eixo.

Mas, como eu estava indo por um caminho sem volta, ia ter de esperar passar o tempo e, com a convivência, gostar do do jeito que deveria. Não ia ser uma tarefa fácil, graças à vida que eu teria dali para a frente e que não tinha nada a ver comigo, mas ia dar um jeito; Era necessário.

Quando a Lola saiu do quarto onde estávamos, a Di me encarou fixamente através do reflexo e disse:

- Eu não vou fazer o mesmo discurso de sempre porque você vai continuar teimando até o final. E por saber que, a partir do momento em que você se casar com o , as coisas vão mudar... - Abri a boca para retrucar, mas ela não deixou: - Eu só posso te desejar que você seja feliz. Mas muito, muito mesmo.

Não me controlei e a abracei apertado. Antes de nos separarmos, porém, ela falou:

- Ah... Não vamos chorar senão vai ser o fim das maquiagens e já está em cima da hora!

Rindo, a liberei do abraço e vi que ela já estava começando a chorar. Coisa rara, porém...

Logo, o cerimonialista veio nos apressar e as meninas me seguiram até a escadaria que ia nos levar ao local da festa.

Uma vez lá, respirei fundo enquanto as meninas se preparavam. E foi só quando comecei a ouvir a música clássica escolhida para tocar no momento em que eu entrasse é que a sensação estranha de não estar ali voltou e com força.

Depois que as meninas entraram, foi a minha vez. E eu sentia um torpor absurdo ao caminhar pelo longo tapete vermelho estendido até o altar. Sentia o olhar de todos na minha direção, ouvia os comentários sobre a minha aparência, independente se eram positivos ou negativos, mas realmente não os ouvia. Parecia que eu era um robô caminhando na direção do e do juiz e eu sequer me dava ao trabalho de forçar um sorriso. O caminho até aquele que seria meu marido até um de nós morrer parecia cada vez mais longo e, quando dei por mim, já estava parada ao seu lado. Ele sorria satisfeito, como se estivesse numa propaganda de pasta de dentes ao mesmo tempo em que ganhasse na loteria. O juiz começou com seu discurso, falando principalmente sobre quando duas pessoas destinadas a ficarem juntas. Foi quando eu comecei a acordar. E começou a enxurrada de lembranças e memórias de tudo aquilo que eu havia passado com o , desde o flagra na banheira em Las Vegas até a briga besta quando eu descobri sobre a sabotagem.

- ... Aceita essa mulher como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la até o último dos seus dias?

Mantive meu olhar baixo o tempo inteiro e me desliguei dali por um instante. Fui trazida de volta à realidade forçada ao ouvir exclamações de surpresa. Pisquei várias vezes e, quando olhei para a Nadine e a Lola, as duas estavam com expressões iguais de choque e descrença. A Di percebeu meu olhar na sua direção e fez um gesto discreto de negação.

- Eu não aceito me casar com a porque seria injusto. A começar pelo fato de que não a respeito.

Olhei para o chocada e eu juro que consegui ouvir um barulho distante de um grilo.

- Como você não me respeita? - Perguntei e o se levantou, me pedindo para segui-lo. Conseguiu me convencer e fui com ele até a casa. Assim que fechou a porta do antigo escritório, respondeu:

- Eu te obriguei a, esse tempo todo, ficar comigo por puro egoísmo. Apesar de achar que ia dar certo entre a gente, já que somos amigos e a gente sempre se deu muito bem, dentro e fora da cama, ainda sim... Eu não ia te fazer cem por cento feliz. E é por isso que eu estou, sutilmente... Ou talvez nem tanto, terminando tudo com você. Eu prefiro fazer isso e ainda ter chance de continuar sendo seu amigo do que insistir no casamento e daqui a... Dez anos ou até menos, a gente brigar todo santo dia e eu me arrepender por ter te privado da vida que você merece e quer de verdade.

Eu respirei fundo e ele disse:

- Vai atrás dele. Teve uma segunda chance e não vou te deixar desperdiça-la.

Tentei controlar as lágrimas, mas não consegui.

- Se eu fosse você, correria, já que Heathrow fica um pouco longe daqui. Não se preocupe quanto ao casamento. Eu dou um jeito.

- Dá sim. Tenta com a Seren. Afinal de contas... Não vai ser um total desperdício de dinheiro, comida e tempo. - Respondi, antes de abraça-lo. - E eu sei que vocês dois estão que não se aguentam mais ficarem longe um do outro... E eu fico feliz por ter sido ela, que é uma garota incrível.

Ele sorriu e nos abraçamos, ao mesmo tempo, apertado e, assim que saí da sala, encontrei o pessoal.

- O que foi?- A Nadine se apressou.

- A gente tem um avião para segurar no solo. - Falei, indo na direção do estaciona-mento. Ao chegar, porém, assobiei para os valetes, que foram buscar os carros. De repente, a ) apareceu na minha frente e perguntou:

- O que está acontecendo? Onde você vai, ?

Sem dizer nada, fui até ela e a abracei, falando:

- Eu espero de verdade que você não me odeie. Eu amo o , mas... Não o suficiente para fazê-lo feliz como homem. E boa sorte com a sua... Bom, desejo, sua futura nora. É uma garota excelente, confie em mim.

E dei um beijo no seu rosto. Ela ia falar alguma coisa quando a Di me chamou. Entrei no carro, olhando por cima do ombro rapidamente a tempo de ver a ) em estado de choque. Durante o caminho para Heathrow, traçávamos o plano: Quem chegasse primeiro ao aeroporto, iria atrás do e o seguraria até que eu chegasse. Se ele já estivesse dentro do avião, daríamos um jeito de tirá-lo de lá.

Cerca de uma hora e quinze depois, estávamos chegando no aeroporto e, enquanto o ia estacionar, a Di e eu descemos primeiro e fomos correndo pelo saguão, atraindo os olhares de todo mundo. Ignorei todos e fui correndo até o balcão de informações e, ofegante, perguntei para o atendente, que me observava com uma surpresa extrema:

- O voo para Los Angeles já decolou?

- Os passageiros ainda estão embarcando.

- Qual é o portão, por gentileza?

Me informou e lá fui eu correndo e tentando segurar aquela porcaria de vestido para não me atrapalhar. A Di estava bem atrás de mim e, quando finalmente chegamos, vi dois funcionários fechando o portão. Senti um bolo se formar na minha garganta e crescer cada vez mais e eu só ouvia a Di reclamando com o segurança, sem sucesso. No final das contas, falei com ela:

- Deixa para lá. Não era para ser...

- Vai jogar a toalha assim?- Perguntou. - Honestamente eu esperava mais de você, .

- E o que você quer que eu faça? Me atire em plena pista de decolagem para o avião passar em cima de mim? - Retruquei. - Anda, vamos embora.

Vendo que não ia ter jeito, foi andando comigo até a saída e, assim que conseguimos encontrar os outros, não consegui segurar o choro e, de repente, fui abraçada por todo mundo.

- Se quiser... Dá para ir para Los Angeles... - A Lola falou, quando o abraço coletivo terminou. Neguei com a cabeça e respondi:

- É tarde demais...

De repente, a Lola tirou o celular da bolsa e mexeu, lendo em voz alta:

- Faça uma boa viagem e por favor, não me decepcione. E vá até o setor de voos particulares. .

Ergui o olhar para ela, sem entender e a Nadine falou:

- Eu acho que não é tarde demais...

- Mas eu não trouxe nada. Nem meu celular! - Respondi.

- Então... Vamos logo de uma vez antes que fique tarde. - Ela retrucou, me puxando pelo pulso. A Lola puxou o outro e as duas me guiaram até o bendito do setor. Durante o caminho, as duas me explicaram que o já tinha dado um jeito de mandar as minhas coisas na frente e então, quando vi o jatinho particular, não me surpreendi.

- Na primeira brecha, manda uma mensagem, avisando se deu certo ou não. Só isso. - A Lola pediu e sorri fraco. Em seguida, elas me abraçaram ao mesmo tempo e, quando eu vi a ruiva chorando, chamei sua atenção:

- Oi! Eu tenho uma reputação de insensível para manter! Para de me fazer chorar, sua gengibre sem-vergonha!

Ela riu e me despedi de cada um. Assim que encontrei o piloto, ele me cumprimentou, ignorando totalmente o fato de que eu ainda estava usando o vestido de noiva e, logo, ocupei uma das poucas (Mas confortáveis) poltronas dali. Em seguida, a comissária de bordo veio me oferecer alguma coisa que eu educadamente recusei. Com cerca de meia hora de voo, eu decidi tirar aquele vestido e trocar por outro, mas mais casual e menos incômodo.



- Senhores passageiros, informamos que vamos iniciar os procedimentos de descida ao Aeroporto Internacional de Los Angeles. Por favor, mantenham os cintos afivelados. - A voz do comandante ecoou por todo o avião. Depois de mais de doze horas de voo... Eu estava de volta à Los Angeles. Só consegui dormir (E até descansar um pouco) graças à um remédio contra insônia. Foi bom porque, principalmente, eu não ia conseguir pensar na , que à uma hora daquelas, devia estar em lua-de-mel com o .

Logo que o avião aterrissou, esperei diminuir o fluxo dos passageiros desembarcando para poder sair também e, assim que peguei as malas, fui na direção da saída. Não demorei a encontrar o motorista que o J.J. tinha mandado para me buscar e foi eficiente quando rapidamente pôs a minha bagagem na mala do carro enquanto eu me sentava no banco de trás.

Depois de cerca de quarenta minutos, eu estava em casa. O J.J. me vendeu a propriedade de volta e ainda me fez o favor de deixa-la impecável. Deixei as coisas na entrada enquanto observava o motorista ir embora. Respirei fundo antes de subir as escadas, indo na direção do meu quarto. Nem bem tinha aberto a porta e ouvi um barulho vindo do banheiro. O mais bizarro era a sensação de déjà-vu que tive. Peguei a primeira coisa pesada que encontrei (E mantive o celular firme em minha mão, pronto para ligar para a polícia) e empurrei a porta entreaberta. Não sei como não soltei as duas coisas ao ver que a sensação não era à toa. Assim que me viu, apoiou os braços sobre a borda e, sobre eles, descansou o queixo. A posição era a mesma que a da primeira vez, com as pernas descansando, também para fora da água e cruzadas. A diferença era a que, agora, os cabelos estavam presos em um coque mais folgado.

- De novo teve um engano. - Falou. - Mas não foi do hotel e sim meu. Eu reconheço que fui burra, teimosa e até mesmo orgulhosa. E tenho que parar de me deixar levar pela raiva. Você tinha razão. Eu realmente não deveria ter dado tanta importância para uma coisa tão... Enfim. Não era tão séria assim.

Balancei a cabeça lentamente.

- Eu... Queria saber uma coisa. - Comecei. Me encarou com expectativa e continuei: - O fato de você estar sem roupa na minha banheira é algum tipo de incentivo para que eu te perdoe?

- Ah não... - Respondeu. Começou a se mexer e, quando vi, ela se levantou. Se enrolou numa toalha e veio andando lentamente até onde eu estava e parou a poucos centímetros de distância de mim. - Estou sem roupa na sua banheira porque eu sempre tomo banho pelada. E estava precisando de... Relaxar - Tinha erguido a mão até a fivela do meu cinto. - um pouco. Afinal, para conseguir chegar aqui antes de você foi um tanto quanto... Exaustivo.

- ... - Falei, tentando me controlar. De repente, me ocorreu uma coisa que, apesar de tudo, me ajudou e muito a não perder o juízo completamente. - E... O que o seu marido achou de você estar aqui?

- Eu estou solteira. Definitivamente. E se estou aqui é justamente por ajuda do . Foi ele quem me arranjou o jatinho particular. Mas eu vim aqui porque preciso me desculpar por tudo que te fiz. Reconheço que fui uma idiota completa durante todo esse tempo e é um dos meus maiores arrependimentos. Não vou exigir que você volte comigo. Só...

Antes mesmo que ela pudesse concluir a frase, eu reagi.



Ele estava me beijando. Como se a vida dele dependesse daquilo. E eu correspondi à altura. Sem perder muito mais tempo, logo deu um jeito de irmos para o quarto. Já ia me fazer deitar na sua cama quando o interrompi e, mesmo sem separar as bocas, falei:

- A toalha!

- O que tem?

- Está molhada. Me deixa tirar, pelo menos.

E obviamente, ele foi mais rápido. Em seguida, o segurava minha cintura e a outra mão estava com os dedos entrelaçados nos meus cabelos e puxava, com delicadeza, meu rosto na direção do seu. Logo, começou a fazer com que eu me deitasse na cama e ele ficou por cima. Na mesma hora, segurei a barra da sua camiseta e comecei a puxá-la para cima e só interrompemos o beijo para passar a peça de roupa pela sua cabeça. Logo em seguida, voltou a se aproximar, mas do meu pescoço. Não deixou qualquer mínimo pedacinho de pele passar intocado pelos seus lábios e, como sempre, ao tocar o ponto crítico perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi. Por mais que não gostasse muito da sensação áspera da barba, ainda sim, em horas como aquela, não me importava tanto assim; Até gostava, para falar a verdade. Não tinha me dado conta de que estava mordendo o lábio até que ele falou, em tom de aviso:

- Não faz isso que eu fico com vontade.

Soltei o lábio, dando um meio sorriso e o provoquei:

- Mata a vontade então...

Se aproximou e mordeu o meu lábio. Senti uma das suas mãos percorrendo a minha perna e fazendo com que envolvesse seu quadril. Por causa da proximidade, pude sentir o quanto ele estava excitado e foi o que me deu mais vontade para provoca-lo. E foi o que eu fiz: Como deu, rebolei um pouco e, mesmo por entre o beijo, o ouvi gemer. Imediatamente, senti uma das suas mãos indo até a minha bunda e a apertou com vontade. Não consegui aguentar e logo dei um jeito de tirar o resto das suas roupas. Uma vez livre delas, deixou de me beijar na boca e recomeçou a partir de onde tinha parado no meu pescoço. Foi descendo até chegar ao colo e, em seguida, até o busto. Tomou um dos meus seios em uma das mãos enquanto cobria o outro com a boca. Deixava a ponta da língua rodear o bico e também o sugava. À medida que ia ficando cada vez mais excitada e sentia uma sensação boa ia começando, arqueei as costas.

Algum tempo depois, passou a beijar a minha barriga e, quando estava cada vez mais próximo do baixo-ventre, tive o impulso de fechar as pernas, na esperança que pudesse me segurar um pouco, mas não teve como. Quando achei que ele fosse continuar, fui surpreendida assim que começou a ir na direção da minha coxa. Vez ou outra, ameaçava subir, mas ao invés disso, preferiu me provocar, continuando a beijar a parte interna. Quando eu estava quase pedindo para que ele parasse de ficar enrolando, fui pega de surpresa ao sentir um dos seus dedos deslizando sem pressa para dentro de mim; Há algum tempo eu tinha desistido de tentar controlar os meus gemidos e, por isso, simplesmente me deixei levar por tudo aquilo que ele me fazia sentir. Porém, me agarrei aos lençóis assim que, não contente, ele deslizou outro dedo e começou a aumentar a velocidade com que me masturbava. E, como se não fosse suficiente eu quase não aguentar mais... Alguns poucos minutos depois que ele tinha penetrado o segundo dedo em mim, se aproveitou que fechei os olhos para me surpreender de novo, desta vez com a língua. Por reflexo, mordi o lábio e não tinha me dado conta do quanto de força que estava usando até sentir o gosto de sangue. Imediatamente, soltei o lábio e abri os olhos, não conseguindo esconder o susto. E obviamente, o percebeu.

- O que foi? - Quis saber.

- Nada. - Resmunguei. Na mesma hora, tirou os dedos e grunhi.

- Me conta senão eu paro com tudo. - Ameaçou, se sentando na cama. - E aí você vai ficar só na vontade.

Arqueei a sobrancelha e o provoquei:

- Quem disse?

De início não tinha entendido. Mas, assim que me viu apoiando as minhas mãos sobre a minha barriga, sua expressão mudou.

- Você não vai fazer isso... - Disse e ergui o queixo, levando uma das mãos direta-mente para o meu sexo. Afastei mais as pernas e comecei a me tocar, sempre mantendo o olhar fixo no seu, que como sempre, parecia me queimar. Ainda mais agora, que eu o desafiava tão descaradamente.

- Sempre que eu estava sozinha em casa... - Comecei a dizer. - Fosse em uma noite de folga, fosse numa das noites em que o bar não abria...

Deixei um dos meus dedos começar a brincar com o meu clitóris.

- O que você fazia?

- Eu tirava cada peça de roupa, deitava na minha cama, ficando nessa posição e... Imaginava que não era a minha mão me tocando.

- E... Era de quem?

- A sua.

Naquele instante, logo comecei a sentir o prazer aumentando cada vez mais e, uma vez que atingi o clímax, fechei os olhos e passei a respirar pela boca. Ainda estava me recuperando quando percebi que o estava se aproximando e, depois de ficar por cima de mim, fez com que eu enroscasse as pernas no seu quadril e em seguida, senti que estava me penetrando e se movia com certa ansiedade. Quase na mesma hora, começou a me beijar e era daquele jeito mais... Intenso e sensual. Não consegui resistir e deixei as minhas unhas arranharem suas costas, mas bem de leve e, assim que minhas mãos alcançaram a sua bunda, não me controlei e a apertei. Em resposta, ele mordeu e sugou o meu lábio.

Começou a investir com mais rapidez e até deu um jeito de ir mais profundamente também e não demorou muito mais tempo para que ficasse impossível de continuar com o beijo. Então, o jeito foi ficarmos só com os rostos próximos um do outro. Mas em alguns momentos, era irresistível e eu acabava roubando alguns beijos rápidos.

Talvez por estar se segurando há mais tempo que eu, ele não demorou muito a chegar ao seu limite. Mas nem por isso, cumpriu com a ameaça de me deixar com vontade; Não parou de investir até que eu também atingisse o clímax.

Eu ainda estava naquele estado de languidez quando o se deitou ao meu lado. Em seguida, me puxou para mais perto e fez com que eu me deitasse sobre o seu peito. Na mesma hora, começou a acariciar as minhas costas e aquilo estava tão bom que eu estava quase dormindo. E foi o que eu fiz depois de pouquíssimo tempo. Não consegui resisti e dormi do jeito que eu estava.

No dia seguinte, quando acordei, estranhei o quarto. Olhei ao redor e, quando ouvi o som do chuveiro, seguido da voz do , caiu a ficha. Eu sorri com a lembrança de toda a loucura que tinha acontecido há cerca de vinte e quatro horas. Se eu tivesse seguido com o plano original, à uma hora daquelas eu tinha casado com o . Provavelmente estaria acordando em uma suíte luxuosa de hotel em Santorini, com todo aquele mar da cor de safira. Mas não. Não era aquilo que eu tinha feito e honestamente? Só tinha um arrependimento: O de ter demorado tanto para vir para Los Angeles. Mas... Só para ter certeza de que aquilo não era um sonho, me levantei e, pelo sim, pelo não, eu peguei uma das camisas do e a vesti. Em seguida, fui até a varanda e fiquei observando a vista que tinha da cidade.

- Sabia que eu acho que essa camisa fica melhor em você do que em mim? - Ele perguntou, passando um braço em torno da minha cintura e me assustando. - Desculpa.

- Tudo bem. E já que a camisa fica melhor em mim... Perdeu, playboy.

Ele riu e beijou o meu pescoço.

- No que estava pensando?

- Na loucura que eu fiz. - Respondi. - De embarcar em um jato, e vir até aqui só por sua causa.

- Eu fiz pior por sua causa... Não se esqueça que vendi a casa. Larguei tudo o que tinha aqui.

- E no final... Deu certo.

- Eu sei. Ah! E não pensa que eu vou te deixar escapar assim, tão facilmente, uma terceira vez, viu?

Rindo, concordei e, como deu, beijei o seu rosto.

- Ah! Quase esqueci. Tenho que avisar as meninas. - Falei, me lembrando de repente. - Elas querem saber se tudo deu certo ou não.

- Liga depois. Hoje... Você é minha.

- Só hoje? - Perguntei, o provocando. - Achei que essa história de sair correndo de Londres só por sua causa fosse ter um resultado mais... Duradouro. Tipo... Pelo menos um ano.

- É... Mas eu estou pensando mais no aqui e agora. E eu quero você.

Na mesma hora entendi o que ele quis dizer com aquilo.

Bem mais tarde, estávamos os dois sentados lado a lado na sala, cada um comendo uma fatia de pizza e vendo Kitchen nightmares. De repente, senti o olhar do na minha direção e, quando eu me virei para olhá-lo, perguntei:

- O que foi?

- Você está sofrendo tanto quanto os donos de restaurante...

Ri fraco e confessei:

- É porque eu não acho que aceitaria bem um Gordon Ramsay sendo grosseiro. Tudo bem que precisa de um choque de realidade, mas...

Depois que o programa acabou, o desligou a TV e me observou.

- O que foi? - Perguntei.

- Ainda não caiu a ficha de que você é finalmente minha, sem prazos e nem ninguém para atrapalhar.

Dei um sorriso fraco e perguntei:

- Sinceramente? Não caiu para mim também.

- Acabou que eu nem tive a chance de te perguntar uma coisa.

- O quê?

- São várias coisas, na realidade. Mas a principal é: O aceitou numa boa?

Concordei.

- Eu te falei que foi ele quem emprestou o jato para que eu pudesse chegar antes de você.

- Me lembra de agradecê-lo depois.

Assenti. Me puxou para mais perto e, depois que pousei a cabeça sobre o seu peito, quis saber:

- E o que ele ia fazer com o casamento?

- Mandei ele ir atrás da Seren. Quem sabe? - Perguntei e notei que ele hesitou por um instante. - Quê?

- Ela estava a fim dele. - Admitiu. - Então...

- Foi por isso que ela estava metida no meio da sabotagem? - Concordou. - Se ela fizer o feliz, eu a perdoo.

Beijou o topo da minha cabeça e perguntei:

- Mais alguma coisa que você queria saber?

- É... Tem.

Me endireitei para olhá-lo e propôs:

- Você aceita namorar comigo? Mas desta vez, a gente vai com mais calma.

Dei um meio sorriso antes de surpreendê-lo com um beijo. Assim que nos separamos, ele insistiu:

- Só para ter certeza... É um sim, né?

- É. - Respondi, sorrindo. - Definitivamente.

Acho que não preciso dizer o que aconteceu depois, preciso?

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 27º capítulo


No one else's arms can lift... Lift me up so high

Quando você está com aquele
Que estava destinado a encontrar
Tudo se encaixa
Todas as estrelas se alinham
Quando você é tocado pela nuvem
Que tocou a sua alma
Não deixe escapar

(Demi Lovato - Heart by heart)

Luiza

Na manhã do dia 26 de agosto, eu acordei e me sentia estranha. Parecia que estava fora do meu corpo e fazia as coisas automaticamente. Quase não consegui comer e, se pus alguma coisa no estômago, foi por pura insistência das meninas.

Durante toda a tarde, enquanto eu me arrumava (E era arrumada), realmente parecia que estava em outro mundo, com a cabeça vazia e me sentindo uma espécie de espectadora de todo aquele... Circo. Quer dizer, eu ainda não conseguia me acostumar à ideia daquele casamento ostensivo. Por mim, podia ser uma cerimônia simples, só com as pessoas mais próximas, mais aconchegante e poderia ter comprado só a comida mesmo.

E foi justamente enquanto estava observando meu próprio reflexo no espelho, com as meninas terminando de arrumar o vestido e o véu que eu podia prever como seria minha vida dali para a frente: Por mais que o Alex fosse um porto seguro, não digo só financeiramente, uma vez que eu tinha certeza que ele não me deixaria desamparada com um filho nos braços, mas em termos de emocional também, apesar de tudo. Eu gostava do Alex, verdade fosse dita. E não era pouco. Mas eu nunca tinha sentido nem um terço do que eu sentia quando estava com o Bill. Quer dizer, o Alex era um cara incrível, mas... Se ele me lançasse um olhar diferente, era como se nada de diferente acontecesse. Enquanto que com o Bill... Bastava um único olhar, mesmo um comum, era o suficiente para que eu saísse do meu próprio eixo.

Mas, como eu estava indo por um caminho sem volta, ia ter de esperar passar o tempo e, com a convivência, gostar do Alex do jeito que deveria. Não ia ser uma tarefa fácil, graças à vida que eu teria dali para a frente e que não tinha nada a ver comigo, mas ia dar um jeito; Era necessário.

Quando a Lola saiu do quarto onde estávamos, a Di me encarou fixamente através do reflexo e disse:

- Eu não vou fazer o mesmo discurso de sempre porque você vai continuar teimando até o final. E por saber que, a partir do momento em que você se casar com o Alex, as coisas vão mudar... - Abri a boca para retrucar, mas ela não deixou: - Eu só posso te desejar que você seja feliz. Mas muito, muito mesmo.

Não me controlei e a abracei apertado. Antes de nos separarmos, porém, ela falou:

- Ah... Não vamos chorar senão vai ser o fim das maquiagens e já está em cima da hora!

Rindo, a liberei do abraço e vi que ela já estava começando a chorar. Coisa rara, porém...

Logo, o cerimonialista veio nos apressar e as meninas me seguiram até a escadaria que ia nos levar ao local da festa.

Uma vez lá, respirei fundo enquanto as meninas se preparavam. E foi só quando comecei a ouvir a música clássica escolhida para tocar no momento em que eu entrasse é que a sensação estranha de não estar ali voltou e com força.

Depois que as meninas entraram, foi a minha vez. E eu sentia um torpor absurdo ao caminhar pelo longo tapete vermelho estendido até o altar. Sentia o olhar de todos na minha direção, ouvia os comentários sobre a minha aparência, independente se eram positivos ou negativos, mas realmente não os ouvia. Parecia que eu era um robô caminhando na direção do Alex e do juiz e eu sequer me dava ao trabalho de forçar um sorriso. O caminho até aquele que seria meu marido até um de nós morrer parecia cada vez mais longo e, quando dei por mim, já estava parada ao seu lado. Ele sorria satisfeito, como se estivesse numa propaganda de pasta de dentes ao mesmo tempo em que ganhasse na loteria. O juiz começou com seu discurso, falando principalmente sobre quando duas pessoas destinadas a ficarem juntas. Foi quando eu comecei a acordar. E começou a enxurrada de lembranças e memórias de tudo aquilo que eu havia passado com o Bill, desde o flagra na banheira em Las Vegas até a briga besta quando eu descobri sobre a sabotagem.

- Alexander Richard Ireland... Aceita essa mulher como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la até o último dos seus dias?

Mantive meu olhar baixo o tempo inteiro e me desliguei dali por um instante. Fui trazida de volta à realidade forçada ao ouvir exclamações de surpresa. Pisquei várias vezes e, quando olhei para a Nadine e a Lola, as duas estavam com expressões iguais de choque e descrença. A Di percebeu meu olhar na sua direção e fez um gesto discreto de negação.

- Eu não aceito me casar com a Luiza porque seria injusto. A começar pelo fato de que não a respeito.

Olhei para o Alex chocada e eu juro que consegui ouvir um barulho distante de um grilo.

- Como você não me respeita? - Perguntei e o Alex se levantou, me pedindo para segui-lo. Conseguiu me convencer e fui com ele até a casa. Assim que fechou a porta do antigo escritório, respondeu:

- Eu te obriguei a, esse tempo todo, ficar comigo por puro egoísmo. Apesar de achar que ia dar certo entre a gente, já que somos amigos e a gente sempre se deu muito bem, dentro e fora da cama, ainda sim... Eu não ia te fazer cem por cento feliz. E é por isso que eu estou, sutilmente... Ou talvez nem tanto, terminando tudo com você. Eu prefiro fazer isso e ainda ter chance de continuar sendo seu amigo do que insistir no casamento e daqui a... Dez anos ou até menos, a gente brigar todo santo dia e eu me arrepender por ter te privado da vida que você merece e quer de verdade.

Eu respirei fundo e ele disse:

- Vai atrás dele. Teve uma segunda chance e não vou te deixar desperdiça-la.

Tentei controlar as lágrimas, mas não consegui.

- Se eu fosse você, correria, já que Heathrow fica um pouco longe daqui. Não se preocupe quanto ao casamento. Eu dou um jeito.

- Dá sim. Tenta com a Seren. Afinal de contas... Não vai ser um total desperdício de dinheiro, comida e tempo. - Respondi, antes de abraça-lo. - E eu sei que vocês dois estão que não se aguentam mais ficarem longe um do outro... E eu fico feliz por ter sido ela, que é uma garota incrível.

Ele sorriu e nos abraçamos, ao mesmo tempo, apertado e, assim que saí da sala, encontrei o pessoal.

- O que foi?- A Nadine se apressou.

- A gente tem um avião para segurar no solo. - Falei, indo na direção do estaciona-mento. Ao chegar, porém, assobiei para os valetes, que foram buscar os carros. De repente, a Lee apareceu na minha frente e perguntou:

- O que está acontecendo? Onde você vai, Luiza?

Sem dizer nada, fui até ela e a abracei, falando:

- Eu espero de verdade que você não me odeie. Eu amo o Alex, mas... Não o suficiente para fazê-lo feliz como homem. E boa sorte com a sua... Bom, desejo, sua futura nora. É uma garota excelente, confie em mim.

E dei um beijo no seu rosto. Ela ia falar alguma coisa quando a Di me chamou. Entrei no carro, olhando por cima do ombro rapidamente a tempo de ver a Lee em estado de choque. Durante o caminho para Heathrow, traçávamos o plano: Quem chegasse primeiro ao aeroporto, iria atrás do Bill e o seguraria até que eu chegasse. Se ele já estivesse dentro do avião, daríamos um jeito de tirá-lo de lá.

Cerca de uma hora e quinze depois, estávamos chegando no aeroporto e, enquanto o Tom ia estacionar, a Di e eu descemos primeiro e fomos correndo pelo saguão, atraindo os olhares de todo mundo. Ignorei todos e fui correndo até o balcão de informações e, ofegante, perguntei para o atendente, que me observava com uma surpresa extrema:

- O voo para Los Angeles já decolou?

- Os passageiros ainda estão embarcando.

- Qual é o portão, por gentileza?

Me informou e lá fui eu correndo e tentando segurar aquela porcaria de vestido para não me atrapalhar. A Di estava bem atrás de mim e, quando finalmente chegamos, vi dois funcionários fechando o portão. Senti um bolo se formar na minha garganta e crescer cada vez mais e eu só ouvia a Di reclamando com o segurança, sem sucesso. No final das contas, falei com ela:

- Deixa para lá. Não era para ser...

- Vai jogar a toalha assim?- Perguntou. - Honestamente eu esperava mais de você, Luiza.

- E o que você quer que eu faça? Me atire em plena pista de decolagem para o avião passar em cima de mim? - Retruquei. - Anda, vamos embora.

Vendo que não ia ter jeito, foi andando comigo até a saída e, assim que conseguimos encontrar os outros, não consegui segurar o choro e, de repente, fui abraçada por todo mundo.

- Se quiser... Dá para ir para Los Angeles... - A Lola falou, quando o abraço coletivo terminou. Neguei com a cabeça e respondi:

- É tarde demais...

De repente, a Lola tirou o celular da bolsa e mexeu, lendo em voz alta:

- Faça uma boa viagem e por favor, não me decepcione. E vá até o setor de voos particulares. Alex.

Ergui o olhar para ela, sem entender e a Nadine falou:

- Eu acho que não é tarde demais...

- Mas eu não trouxe nada. Nem meu celular! - Respondi.

- Então... Vamos logo de uma vez antes que fique tarde. - Ela retrucou, me puxando pelo pulso. A Lola puxou o outro e as duas me guiaram até o bendito do setor. Durante o caminho, as duas me explicaram que o Alex já tinha dado um jeito de mandar as minhas coisas na frente e então, quando vi o jatinho particular, não me surpreendi.

- Na primeira brecha, manda uma mensagem, avisando se deu certo ou não. Só isso. - A Lola pediu e sorri fraco. Em seguida, elas me abraçaram ao mesmo tempo e, quando eu vi a ruiva chorando, chamei sua atenção:

- Oi! Eu tenho uma reputação de insensível para manter! Para de me fazer chorar, sua gengibre sem-vergonha!

Ela riu e me despedi de cada um. Assim que encontrei o piloto, ele me cumprimentou, ignorando totalmente o fato de que eu ainda estava usando o vestido de noiva e, logo, ocupei uma das poucas (Mas confortáveis) poltronas dali. Em seguida, a comissária de bordo veio me oferecer alguma coisa que eu educadamente recusei. Com cerca de meia hora de voo, eu decidi tirar aquele vestido e trocar por outro, mas mais casual e menos incômodo.

Bill

- Senhores passageiros, informamos que vamos iniciar os procedimentos de descida ao Aeroporto Internacional de Los Angeles. Por favor, mantenham os cintos afivelados. - A voz do comandante ecoou por todo o avião. Depois de mais de doze horas de voo... Eu estava de volta à Los Angeles. Só consegui dormir (E até descansar um pouco) graças à um remédio contra insônia. Foi bom porque, principalmente, eu não ia conseguir pensar na Luiza, que à uma hora daquelas, devia estar em lua-de-mel com o Alex.

Logo que o avião aterrissou, esperei diminuir o fluxo dos passageiros desembarcando para poder sair também e, assim que peguei as malas, fui na direção da saída. Não demorei a encontrar o motorista que o J.J. tinha mandado para me buscar e foi eficiente quando rapidamente pôs a minha bagagem na mala do carro enquanto eu me sentava no banco de trás.

Depois de cerca de quarenta minutos, eu estava em casa. O J.J. me vendeu a propriedade de volta e ainda me fez o favor de deixa-la impecável. Deixei as coisas na entrada enquanto observava o motorista ir embora. Respirei fundo antes de subir as escadas, indo na direção do meu quarto. Nem bem tinha aberto a porta e ouvi um barulho vindo do banheiro. O mais bizarro era a sensação de déjà-vu que tive. Peguei a primeira coisa pesada que encontrei (E mantive o celular firme em minha mão, pronto para ligar para a polícia) e empurrei a porta entreaberta. Não sei como não soltei as duas coisas ao ver que a sensação não era à toa. Assim que me viu, apoiou os braços sobre a borda e, sobre eles, descansou o queixo. A posição era a mesma que a da primeira vez, com as pernas descansando, também para fora da água e cruzadas. A diferença era a que, agora, os cabelos estavam presos em um coque mais folgado.

- De novo teve um engano. - Falou. - Mas não foi do hotel e sim meu. Eu reconheço que fui burra, teimosa e até mesmo orgulhosa. E tenho que parar de me deixar levar pela raiva. Você tinha razão. Eu realmente não deveria ter dado tanta importância para uma coisa tão... Enfim. Não era tão séria assim.

Balancei a cabeça lentamente.

- Eu... Queria saber uma coisa. - Comecei. Me encarou com expectativa e continuei: - O fato de você estar sem roupa na minha banheira é algum tipo de incentivo para que eu te perdoe?

- Ah não... - Respondeu. Começou a se mexer e, quando vi, ela se levantou. Se enrolou numa toalha e veio andando lentamente até onde eu estava e parou a poucos centímetros de distância de mim. - Estou sem roupa na sua banheira porque eu sempre tomo banho pelada. E estava precisando de... Relaxar - Tinha erguido a mão até a fivela do meu cinto. - um pouco. Afinal, para conseguir chegar aqui antes de você foi um tanto quanto... Exaustivo.

- Luiza... - Falei, tentando me controlar. De repente, me ocorreu uma coisa que, apesar de tudo, me ajudou e muito a não perder o juízo completamente. - E... O que o seu marido achou de você estar aqui?

- Eu estou solteira. Definitivamente. E se estou aqui é justamente por ajuda do Alex. Foi ele quem me arranjou o jatinho particular. Mas eu vim aqui porque preciso me desculpar por tudo que te fiz. Reconheço que fui uma idiota completa durante todo esse tempo e é um dos meus maiores arrependimentos. Não vou exigir que você volte comi-go. Só...

Antes mesmo que ela pudesse concluir a frase, eu reagi.

Luiza

Ele estava me beijando. Como se a vida dele dependesse daquilo. E eu correspondi à altura. Sem perder muito mais tempo, logo deu um jeito de irmos para o quarto. Já ia me fazer deitar na sua cama quando o interrompi e, mesmo sem separar as bocas, falei:

- A toalha!

- O que tem?

- Está molhada. Me deixa tirar, pelo menos.

E obviamente, ele foi mais rápido. Em seguida, o Bill segurava minha cintura e a outra mão estava com os dedos entrelaçados nos meus cabelos e puxava, com delicadeza, meu rosto na direção do seu. Logo, começou a fazer com que eu me deitasse na cama e ele ficou por cima. Na mesma hora, segurei a barra da sua camiseta e comecei a puxá-la para cima e só interrompemos o beijo para passar a peça de roupa pela sua cabeça. Logo em seguida, voltou a se aproximar, mas do meu pescoço. Não deixou qualquer mínimo pedacinho de pele passar intocado pelos seus lábios e, como sempre, ao tocar o ponto crítico perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi. Por mais que não gostasse muito da sensação áspera da barba, ainda sim, em horas como aquela, não me importava tanto assim; Até gostava, para falar a verdade. Não tinha me dado conta de que estava mordendo o lábio até que ele falou, em tom de aviso:

- Não faz isso que eu fico com vontade.

Soltei o lábio, dando um meio sorriso e o provoquei:

- Mata a vontade então...

Se aproximou e mordeu o meu lábio. Senti uma das suas mãos percorrendo a minha perna e fazendo com que envolvesse seu quadril. Por causa da proximidade, pude sentir o quanto ele estava excitado e foi o que me deu mais vontade para provoca-lo. E foi o que eu fiz: Como deu, rebolei um pouco e, mesmo por entre o beijo, o ouvi gemer. Imediatamente, senti uma das suas mãos indo até a minha bunda e a apertou com vontade. Não consegui aguentar e logo dei um jeito de tirar o resto das suas roupas. Uma vez livre delas, deixou de me beijar na boca e recomeçou a partir de onde tinha parado no meu pescoço. Foi descendo até chegar ao colo e, em seguida, até o busto. Tomou um dos meus seios em uma das mãos enquanto cobria o outro com a boca. Deixava a ponta da língua rodear o bico e também o sugava. À medida que ia ficando cada vez mais excitada e sentia uma sensação boa ia começando, arqueei as costas.

Algum tempo depois, passou a beijar a minha barriga e, quando estava cada vez mais próximo do baixo-ventre, tive o impulso de fechar as pernas, na esperança que pudesse me segurar um pouco, mas não teve como. Quando achei que ele fosse continuar, fui surpreendida assim que começou a ir na direção da minha coxa. Vez ou outra, ameaçava subir, mas ao invés disso, preferiu me provocar, continuando a beijar a parte interna. Quando eu estava quase pedindo para que ele parasse de ficar enrolando, fui pega de surpresa ao sentir um dos seus dedos deslizando sem pressa para dentro de mim; Há algum tempo eu tinha desistido de tentar controlar os meus gemidos e, por isso, simplesmente me deixei levar por tudo aquilo que ele me fazia sentir. Porém, me agarrei aos lençóis assim que, não contente, ele deslizou outro dedo e começou a aumentar a velocidade com que me masturbava. E, como se não fosse suficiente eu quase não aguentar mais... Alguns poucos minutos depois que ele tinha penetrado o segundo dedo em mim, se aproveitou que fechei os olhos para me surpreender de novo, desta vez com a língua. Por reflexo, mordi o lábio e não tinha me dado conta do quanto de força que estava usando até sentir o gosto de sangue. Imediatamente, soltei o lábio e abri os olhos, não conseguindo esconder o susto. E obviamente, o Bill percebeu.

- O que foi? - Quis saber.

- Nada. - Resmunguei. Na mesma hora, tirou os dedos e grunhi.

- Me conta senão eu paro com tudo. - Ameaçou, se sentando na cama. - E aí você vai ficar só na vontade.

Arqueei a sobrancelha e o provoquei:

- Quem disse?

De início não tinha entendido. Mas, assim que me viu apoiando as minhas mãos sobre a minha barriga, sua expressão mudou.

- Você não vai fazer isso... - Disse e ergui o queixo, levando uma das mãos direta-mente para o meu sexo. Afastei mais as pernas e comecei a me tocar, sempre mantendo o olhar fixo no seu, que como sempre, parecia me queimar. Ainda mais agora, que eu o desafiava tão descaradamente.

- Sempre que eu estava sozinha em casa... - Comecei a dizer. - Fosse em uma noite de folga, fosse numa das noites em que o bar não abria...

Deixei um dos meus dedos começar a brincar com o meu clitóris.

- O que você fazia?

- Eu tirava cada peça de roupa, deitava na minha cama, ficando nessa posição e... Imaginava que não era a minha mão me tocando.

- E... Era de quem?

- A sua.

Naquele instante, logo comecei a sentir o prazer aumentando cada vez mais e, uma vez que atingi o clímax, fechei os olhos e passei a respirar pela boca. Ainda estava me recuperando quando percebi que o Bill estava se aproximando e, depois de ficar por cima de mim, fez com que eu enroscasse as pernas no seu quadril e em seguida, senti que estava me penetrando e se movia com certa ansiedade. Quase na mesma hora, começou a me beijar e era daquele jeito mais... Intenso e sensual. Não consegui resistir e deixei as minhas unhas arranharem suas costas, mas bem de leve e, assim que minhas mãos alcançaram a sua bunda, não me controlei e a apertei. Em resposta, ele mordeu e sugou o meu lábio.

Começou a investir com mais rapidez e até deu um jeito de ir mais profundamente também e não demorou muito mais tempo para que ficasse impossível de continuar com o beijo. Então, o jeito foi ficarmos só com os rostos próximos um do outro. Mas em alguns momentos, era irresistível e eu acabava roubando alguns beijos rápidos.

Talvez por estar se segurando há mais tempo que eu, ele não demorou muito a chegar ao seu limite. Mas nem por isso, cumpriu com a ameaça de me deixar com vontade; Não parou de investir até que eu também atingisse o clímax.

Eu ainda estava naquele estado de languidez quando o Bill se deitou ao meu lado. Em seguida, me puxou para mais perto e fez com que eu me deitasse sobre o seu peito. Na mesma hora, começou a acariciar as minhas costas e aquilo estava tão bom que eu estava quase dormindo. E foi o que eu fiz depois de pouquíssimo tempo. Não consegui resisti e dormi do jeito que eu estava.

No dia seguinte, quando acordei, estranhei o quarto. Olhei ao redor e, quando ouvi o som do chuveiro, seguido da voz do Bill, caiu a ficha. Eu sorri com a lembrança de toda a loucura que tinha acontecido há cerca de vinte e quatro horas. Se eu tivesse seguido com o plano original, à uma hora daquelas eu tinha casado com o Alex. Provavelmente estaria acordando em uma suíte luxuosa de hotel em Santorini, com todo aquele mar da cor de safira. Mas não. Não era aquilo que eu tinha feito e honestamente? Só tinha um arrependimento: O de ter demorado tanto para vir para Los Angeles. Mas... Só para ter certeza de que aquilo não era um sonho, me levantei e, pelo sim, pelo não, eu peguei uma das camisas do Bill e a vesti. Em seguida, fui até a varanda e fiquei observando a vista que tinha da cidade.

- Sabia que eu acho que essa camisa fica melhor em você do que em mim? - Ele perguntou, passando um braço em torno da minha cintura e me assustando. - Desculpa.

- Tudo bem. E já que a camisa fica melhor em mim... Perdeu, playboy.

Ele riu e beijou o meu pescoço.

- No que estava pensando?

- Na loucura que eu fiz. - Respondi. - De embarcar em um jato, e vir até aqui só por sua causa.

- Eu fiz pior por sua causa... Não se esqueça que vendi a casa. Larguei tudo o que tinha aqui.

- E no final... Deu certo.

- Eu sei. Ah! E não pensa que eu vou te deixar escapar assim, tão facilmente, uma terceira vez, viu?

Rindo, concordei e, como deu, beijei o seu rosto.

- Ah! Quase esqueci. Tenho que avisar as meninas. - Falei, me lembrando de repente. - Elas querem saber se tudo deu certo ou não.

- Liga depois. Hoje... Você é minha.

- Só hoje? - Perguntei, o provocando. - Achei que essa história de sair correndo de Londres só por sua causa fosse ter um resultado mais... Duradouro. Tipo... Pelo menos um ano.

- É... Mas eu estou pensando mais no aqui e agora. E eu quero você.

Na mesma hora entendi o que ele quis dizer com aquilo.

Bem mais tarde, estávamos os dois sentados lado a lado na sala, cada um comendo uma fatia de pizza e vendo Kitchen nightmares. De repente, senti o olhar do Bill na minha direção e, quando eu me virei para olhá-lo, perguntei:

- O que foi?

- Você está sofrendo tanto quanto os donos de restaurante...

Ri fraco e confessei:

- É porque eu não acho que aceitaria bem um Gordon Ramsay sendo grosseiro. Tudo bem que precisa de um choque de realidade, mas...

Depois que o programa acabou, o Bill desligou a TV e me observou.

- O que foi? - Perguntei.

- Ainda não caiu a ficha de que você é finalmente minha, sem prazos e nem ninguém para atrapalhar.

Dei um sorriso fraco e perguntei:

- Sinceramente? Não caiu para mim também.

- Acabou que eu nem tive a chance de te perguntar uma coisa.

- O quê?

- São várias coisas, na realidade. Mas a principal é: O Alex aceitou numa boa?

Concordei.

- Eu te falei que foi ele quem emprestou o jato para que eu pudesse chegar antes de você.

- Me lembra de agradecê-lo depois.

Assenti. Me puxou para mais perto e, depois que pousei a cabeça sobre o seu peito, quis saber:

- E o que ele ia fazer com o casamento?

- Mandei ele ir atrás da Seren. Quem sabe? - Perguntei e notei que ele hesitou por um instante. - Quê?

- Ela estava a fim dele. - Admitiu. - Então...

- Foi por isso que ela estava metida no meio da sabotagem? - Concordou. - Se ela fizer o Alex feliz, eu a perdoo.

Beijou o topo da minha cabeça e perguntei:

- Mais alguma coisa que você queria saber?

- É... Tem.

Me endireitei para olhá-lo e propôs:

- Você aceita namorar comigo? Mas desta vez, a gente vai com mais calma.

Dei um meio sorriso antes de surpreendê-lo com um beijo. Assim que nos separamos, ele insistiu:

- Só para ter certeza... É um sim, né?

- É. - Respondi, sorrindo. - Definitivamente.

Acho que não preciso dizer o que aconteceu depois, preciso?

quarta-feira, 29 de junho de 2016

What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 26º capítulo












And now I wanna find you but you're off the run

Então agora, eu quero sair com você agora
Eu quero estar com você a noite toda, no carro vamos lá
É, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa

(Maroon 5 - Doin’ dirt)



Uma coisa era fato: A combinação de um par de Jimmy Choos altíssimos e vermelhos + um vestido Hervé Legér preto, daqueles que era sexy, não por causa do típico modelo justo, mas por deixar as minhas costas expostas, não tinha a menor chance de passar despercebido. Ainda mais aos olhos de certa pessoa...

Era sexta-feira, dia seguinte ao aniversário da Nadine, que conseguiu dobrar o Stephen e pediu uma folga para a gente. E fomos à uma boate, inclusive, perto do Coyote.

Agora, enquanto ela e o Tom estavam dançando (E até imagino o que estavam quase fazendo), a Lola tinha sumido com o e o e eu estava ali, sentada à uma das mesas altas da boate em que estávamos. De novo, o tinha passado a semana inteira atrás de mim. E arrumava uma desculpa mais esfarrapada que a outra.

- Aqui. - Ele falou, me entregando a taça com a bebida azul e vermelha. Senti o cheiro antes de experimentar. - Eu pensei em pedir um drink mais... Sex on the beach - Quase engasguei. - mas eu sabia que você ia brigar comigo, então...

- Ia porque é um drink que eu não gosto. - Respondi.

- Engraçado, porque eu jurava que você preferia muito mais um Sex on the beach do que um Cosmopolitan...

- Prefiro muito mais uma taça de um bom vinho. - Eu disse. Por que estava falando aquilo?

- Bom, você ainda não me falou o que achou da minha escolha...

- É gostoso. - Respondi, tomando outro gole. - O que tem aqui?

- Não conseguiu descobrir? Estou decepcionado... Uma Coyote não consegue nem distinguir os sabores...

Tomei outro gole e respondi:

- Curaçau blue, cranberrie, pimenta...

Ele sorriu e perguntei:

- Acertei?

Concordou.

- Pimenta rosa. - Disse. - Eu sei que você não gosta de pimenta e por isso que pedi para colocar uma mais suave.

Dei um meio sorriso.

Horas depois, quando finalmente estávamos indo para a casa, eu simplesmente perdi a paciência e, antes mesmo de descermos do táxi (Já que ele veio de carona comigo e, por causa da bebida, eu decidi ir e voltar sem meu carro), eu tirei as sandálias.

- Você vai mesmo andar descalça? - Ele perguntou.

- Os saltos estão me matando.

Respirando fundo, ele se aproveitou que ia sair primeiro e esperou só que eu estivesse ao seu alcance para me tirar do carro e me carregar nos braços. Diferente das outras vezes, não esperneei e nem ameacei bater nele.

- Isso é muito estranho... Você simplesmente aceitou assim, numa boa, que eu te carregasse até em casa... O que houve? - Quis saber.

- Estou te dando essa colher de chá só porque eu estou cansada demais para implicar com essa sua... Exibição de virilidade.

Gargalhou alto e bati no seu ombro.

- Daqui a pouco vão reclamar do barulho! - Sibilei e ele fez algo que eu realmente não estava esperando: Mordeu a minha bochecha. Mesmo sendo de leve, eu “impliquei”.

- Fica comigo hoje? - Pediu e perguntei:

- E vai mesmo me obrigar a dormir nesse vestido?- Perguntei, na inocência mas me arrependi no exato instante em que vi sua expressão ficar maliciosa.

- Te dou duas opções: Ou eu te empresto uma camisa minha de novo ou... Pode dormir sem nada que eu não me importo. Muito pelo contrário...

Suspirei, olhando feio para ele, que riu, mas mais baixo.

- Me faz um favor? As chaves estão no bolso de trás da calça. Vê se consegue alcançar... - Pediu. Me estiquei e tentei pegar as chaves. Consegui encontra-las e, já sabendo o que ia me pedir, esperei que me abaixasse o suficiente para conseguir destrancar a porta. Só quando entramos é que ele me pôs no chão de novo. Gemi ao sentir os meus pés tocando o carpete, apesar de ser macio, e ele perguntou:

- Está tudo bem?

Concordei.

- Apesar de estar acostumada... Ainda dói quando eu piso no chão, depois de tirar os saltos.

- Se quiser, posso... Tentar dar um jeito nisso.

- Infelizmente, eu vou ter de dispensar a massagem.

- Tem certeza?

Assenti.

- Já que é assim... - Começou a dizer. - E então? Vai querer ficar no quarto de hóspedes ou não vai ter frescura?

- Frescura?

- É. Você fica cheia de não-me-toques mesmo quando eu tenho a melhor das intenções...

Não consegui controlar o riso e talvez fosse por causa do álcool... Só sei dizer que mudei o tom e comecei a provocá-lo:

- E agora? Ainda está com a melhor das intenções?

Obviamente, ele reagiu e desfez a expressão de “seriedade” que estava estampada no seu rosto.

- Por enquanto... - Respondeu, com um sorriso nos lábios. Ainda não era malicioso.

- E... O que precisa para mudar essa sua... - Comecei a dizer enquanto me aproximava dele. - Boa intenção?

Ele esperou até que eu estivesse próxima o bastante (Praticamente com o corpo colado ao seu) para responder:

- Isso aqui.

Passou o braço em volta da minha cintura e me puxou na sua direção. Em seguida, me beijou daquele jeito que acabava com meu oxigênio em pouquíssimos segundos. Tudo o que ele fazia me deixava cada vez mais envolvida; Não era só o beijo e o fato de estar segurando minha cintura com firmeza. Era também, sua mão cobrindo a minha bochecha e o polegar a acariciando. Era sentir o calor que vinha dele. Era a sua boca na minha.

Não demorou muito para que o beijo ficasse cada vez mais cheio de desejo e menos impulsivo. A prova disso foi que não demorou muito para que eu sentisse a mão que, antes apertava minha cintura, descer um pouco e puxar meu quadril na direção do seu. Mesmo sem interromper o beijo, gemi e, na primeira oportunidade que eu tive, logo que ele deixou a minha boca por um instante, pedi:

- Não faz mais isso...

- Por que não? - Ele perguntou, com a boca colada ao meu pescoço. Deixei a língua passar sobre o meu lábio, tentando manter o foco um pouco, mas era impossível.

- Só... Não faz agora. Por favor. - Foi tudo o que eu consegui dizer, com a voz fraca e ainda me segurando para não gemer de novo. Sabia que estava sorrindo, mas, pelo menos não insistiu.

Algum tempo depois, estávamos entrando no seu quarto, da maneira mais desastrada possível, uma vez que não íamos simplesmente interromper o beijo para ver onde estávamos indo. De repente, o , me segurando pela cintura, me puxou para mais perto enquanto aprofundava o beijo. De quebra, ainda decidiu me provocar, mordendo e sugando o meu lábio. E verdade fosse dita: Eu estava impaciente. Queria logo sentir ele dentro de mim, suas mãos percorrendo meu corpo, a sua boca na minha...

E a prova da minha impaciência foi quando minhas mãos foram para a fivela do seu cinto, não perdendo tempo em abri-lo. Logo, o interrompeu o beijo e perguntou:

- Ei... Que pressa é essa?

- É justamente isso: Pressa. Não estou conseguindo ter paciência. - Respondi, me aproximando dele.

- ...

Me afastei e fiz com que se sentasse na cama. Seu olhar acompanhava cada mínimo movimento que eu fazia e levei as mãos até o zíper do vestido e o puxei para baixo. Uma vez que o vestido ficou mais folgado, decidi provoca-lo:

- Acabei de perceber que, ao tirar o vestido, eu vou ficar em desvantagem...

- E daí? - Decidiu entrar no meu joguinho.

- É injusto, não acha? Vou ficar só... Com uma peça enquanto você vai ficar com quatro...

Tirou a jaqueta.

- A blusa também. - Falei e ele, mesmo se fingindo de contrariado, obedeceu. Tive que me controlar para não desistir do meu plano e tocar nele. Ver os seus músculos se contraindo enquanto tirava a camisa e não poder fazer nada foi... Uma tarefa extremamente árdua. Depois de jogá-la em um canto qualquer, apoiou os braços sobre o colchão e continuou me olhando.

- Ah... Espera. Me esqueci de um detalhe.

Me observando com um sorriso lascivo, abriu o cinto e, em seguida, a calça.

- Isso é... Igualdade suficiente para você?

- Pode ser... - Respondi, passando uma das alças do vestido por sobre o ombro. Repeti o gesto com a outra e, quando ia tirar o vestido... - Hã... ...

Me olhou, a princípio, com curiosidade e perguntou:

- O que foi?

- O vestido... Será que você pode me ajudar aqui?

Ao entender que eu estava entalada na peça, ele não conseguiu se controlar e riu. Não briguei com ele, que logo veio me ajudar. Assim que finalmente estava livre do vestido, o falou:

- Pelo visto... Você realmente estava com as piores intenções...

Dei um meio sorriso e senti meu rosto esquentar. Estranhei aquilo, já que nunca tive vergonha do ...

Eu ia perguntar se não ia se levantar quando ele foi mais rápido:

- Mas... Por mais que eu tenha gostado da calcinha, ainda prefiro assim...

E de repente, senti a minha última peça de roupa deslizando rapidamente pelos quadris e passando pelas pernas. Uma vez livre, começou a beijar a minha coxa, evitando a parte interna e sempre subindo cada vez mais. Fechei os olhos quando ele avançou cada vez mais e senti que me fez apoiar as mãos sobre os seus ombros enquanto ainda me segurava firme pela cintura. Senti que me soltou por um instante só para fazer com que eu afastasse um pouco as pernas. Logo que a sua mão voltou para minha cintura, só tive tempo de respirar fundo e, no instante seguinte, senti sua língua em mim. Não conseguindo me controlar, tombei a cabeça para trás e desisti de tentar manter a respiração controlada; Entreabri os lábios para me ajudar na tarefa árdua que era respirar. Gemi quando um dos seus dedos substituiu a língua, cuja ponta estimulava o meu clitóris. Eu sabia que não ia demorar muito para que eu chegasse ao meu limite e, por mais que tivesse tentado fazer com que ele parasse... Não deu certo. Mordi o lábio assim que fui tomada pelo clímax e só quando comecei a me recuperar é que ele se levantou. Imediatamente, começou a me beijar. Automaticamente, minhas mãos foram, uma para sua nuca e a outra para os seus cabelos. Ele, em resposta, apertou minha cintura e puxou o meu quadril na sua direção. Não demorou muito para começar a me guiar até a cama, sem interromper nada do que estávamos fazendo. Assim que senti a estrutura de madeira bater na parte de trás dos meus joelhos, desci as minhas mãos até os passadores do cinto da sua calça e o puxei enquanto me fazia deitar sobre o colchão. Claro que ele não demorou para deixar sua mão passear livremente por minha perna. Cada vez com menos paciência, tratei logo de tirar o resto das suas roupas e, uma vez livre, ele começou com a “tortura”: Afastou os seus lábios dos meus e deixou que tocassem cada pedaço do meu pescoço. No exato instante em que ele beijou o ponto perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi, me dando conta do quanto eu sentia falta daquilo. Falando cem por cento francamente, o tinha pegada. Mas a do ... Sabe quando a criatura te olha de um jeito que te deixa de pernas bambas, com respiração falha e parece conseguir ver, sentir e se deliciar com tudo aquilo que ele te causa? Pois é. O olhar dele era assim: Intenso ao pon-to de me fazer sentir sem roupa e ter a sensação que ele conseguia enxergar muito mais além. Agora imagine você o estrago que a criatura fazia quando cismava de ultrapassar toda e qualquer barreira que encontrasse?

- Gosta disso? - Ele perguntou, com a boca colada à minha orelha e com aquela voz rouca e sexy que simplesmente minava qualquer resquício de juízo que eu ainda pudesse ter. A prova disso foi que só consegui resmungar uma resposta positiva. - Imaginei que estivesse sentindo falta...

Ia responder quando ele moveu o quadril contra o meu.

- Eu também senti. - Respondeu depois de morder o meu lóbulo. - Senti falta, principalmente, do seu cheiro. - E, se aproveitando da proximidade, inspirou, com o nariz colado ao meu pescoço. Preciso dizer que quase morri com aquilo? - Da sua pele... - Acariciou a minha cintura. - Da sua boca... - Me beijou rapidamente. - E senti falta, acima de qualquer coisa, de você.

Percebi que me olhava fixamente e, quando acariciei sua bochecha, admiti:

- Eu também.

O sorriso doce que eu amava, principalmente por ser espontâneo, apareceu por um breve instante antes de a sua boca cobrir a minha. Em pouco tempo, já estava totalmente à sua mercê, só me deliciando cada vez mais com o beijo. Nunca tinha parado para prestar atenção no quanto meu coração batia rápido; Sempre sentia meu corpo esquentando e só. Talvez porque, em se tratando do , era muito mais... Instintiva. Eu o amava, claro. Gostava muito da companhia dele, de quando me fazia rir e até mesmo o fato de estar ao meu lado, milagrosamente sem falar um “A” que fosse, era muito bom. Mas nas horas em que ele dava seus sorrisos maliciosos, fazia insinuações e até mesmo me olhava de um jeito diferente... Era quando eu ficava mais disposta a jogar tudo para o alto.

Esperei pela oportunidade perfeita para poder inverter as posições e ficar por cima dele. Uma vez que tinha conseguido, fiz como ele e comecei pelo pescoço. Não resisti e o mordi de leve; Sua resposta foi apertar a minha cintura. Ri fraco e continuei beijando cada pedaço da sua pele, cada vez mais me afastando do seu rosto. Quando cheguei à barriga, não resisti e deixei as pontas dos meus dedos deslizarem pelos contornos dos seus músculos, que se retesaram na mesma hora.

- Não faz isso... - Ele falou, com a voz grave, rouca e sexy, segurando o meu pulso quando deixei a unha arranhar sua pele, perto de onde seria o “caminho da felicidade”.

- Por que não? - O imitei, sorrindo.

- Porque eu vou acabar perdendo o controle.

- Mas é essa a intenção!

- Mas não a minha. - Respondeu, me observando fixamente.

Suspirando, acabei fazendo o que ele queria e me contentei em continuar com os beijos. Uma vez que cheguei onde queria, o observei e, embora ainda não tivesse o tocado, ele não estava conseguindo aguentar. Sem querer prolongar aquilo por muito mais tempo, o segurei e deixei a ponta da minha língua percorrer toda a sua extensão. Ao chegar na glande, o coloquei na boca e comecei a suga-lo ao mesmo tempo em que começava a masturba-lo. Me lembrei de uma coisa que ele havia dito e esperei o momento para surpreendê-lo.

O tempo todo, o observei e prestei atenção à cada uma das suas reações. A “pior” parte é que vê-lo daquele jeito estava me atingindo também; Tive que me controlar para manter as duas mãos nele.

Depois de alguns minutos, eu passei a aumentar a velocidade e, quando ele estava cada vez mais perto do seu limite, me chamou e, quando o olhei, indicou o criado-mudo e entendi na mesma hora. Não escondi que estava contrariada, mas assim que consegui abrir o pacote da camisinha, ele tentou me amolecer:

- Eu não pretendo te deixar ir embora por todo o final de semana... Daqui a pouco você faz o que quiser comigo.

Olhei para ele, não falei nada e tratei logo de colocar a camisinha. Em seguida, inverteu as posições, me deixando por baixo e, antes mesmo de fazer qualquer coisa, mordeu a minha bochecha e disse:

- Não fica brava comigo, vai...

Fiz língua e ele me mordeu de novo. E, antes mesmo que eu pudesse protestar, lentamente deslizou para dentro de mim e se movia sem a menor pressa. Ao mesmo tempo, deixava as mãos livres para tocarem todo e qualquer pedaço do meu corpo que conseguiam alcançar.

Por mais que quisesse que ele fosse mais rápido, não falei nada e esperei até o momento em que ele não ia conseguir mais aguentar manter aquele ritmo lento. Mas, apesar de tudo, ele investia cada vez mais profundamente e talvez por causa de tudo que fazia comigo, estava sendo quase tão bom quanto de costume.

E é óbvio que ele não aguentou e começou a se mover cada vez mais rápido. Eu correspondia do jeito que podia e, assim que cheguei ao clímax pela segunda vez, fiz questão de não me controlar e gemi. Não estava nem aí se foi alto demais, se os vizinhos ouviriam... Fato é que eu estava com ele, que eu amava, e finalmente tínhamos nos acertado. E desta vez, ia dar certo e ficaríamos juntos como devíamos ter feito desde o início.

Alguns minutos depois, foi a vez dele, que se largou ao meu lado. E imediatamente, me puxou para mais perto, fazendo com que ficássemos na posição de conchinha.

Depois de um tempo, eu já tinha mudado de posição, ainda mais que estava com o braço doendo por causa do peso do meu corpo, e estava deitada de bruços, mas com as pernas enroscadas às suas, a mão sobre o seu peito e tendo as costas acariciadas por ele. A cabeça não estava sobre o seu ombro, mas ainda estava perto.

- Sabia que é difícil de acreditar que você está aqui? - Ele perguntou. Apertei sua cintura e quis saber:

- E agora? Você acredita?

Rindo fraco, me aninhou ainda mais.

Na manhã seguinte, quando ele estava no banho e eu estava terminando de me vestir, o seu celular começou a tocar. Me aproximei da porta do banheiro e, depois de duas batidas leves, perguntei:

- ... O telefone está tocando. Quer que eu atenda e anote o recado?

- Pode, por favor. - Ele respondeu. Assim que atendi, ouvi:

- Por favor, eu poderia falar com o ?

- Ele está no banho agora... Quer deixar recado? - Perguntei, começando a desconfiar.

- Sim. Pode dizer que o reembolso já foi depositado na conta dele?

- Claro. Mas... Só para ele não fazer confusão, esse reembolso é de...?

A garota me avisou que era do bufê onde a tinha encomendado os salgados e doces que seriam servidos no casamento. E que eu tinha odiado. Com um pouco de conversa, consegui enrolar a garota e fazer com que ela me revelasse tudo.

Assim que desliguei o telefone, me sentei na cama e esperei até que o saísse. E, uma vez que ele apareceu, perguntou:

- E então? Quem era?

Respirei fundo, tentando manter a calma e respondi:

- Por que você estava sabotando o meu casamento?

Ele abriu a boca para responder, mas não conseguiu dizer nada. Passou a mão pelos cabelos e finalmente se decidiu:

- Eu queria você de volta. Eu sei que nada justifica o que eu fiz, mas... Estava desesperado.

Assenti lentamente e, depois de um longo tempo em silêncio, o se aproximou.

- ...

- O pior disso tudo não foi você ter tentado atrapalhar o casamento. Foi ter feito isso pelas minhas costas. E isso... Vai ser muito mais difícil de perdoar. Ainda mais do jeito que eu descobri.

Ele tinha feito menção de me tocar. Mas, depois daquilo, recuou.

- Como espera que eu possa te dar uma chance quando não posso confiar em você?

- Eu já te provei que pode confiar. Nunca te traí. Se o já foi para a cama com outra e você aceitou ficar com ele mesmo assim... Por que não pode me perdoar por tentar te mostrar que insistir em se casar com ele era um erro?

- Acontece que, depois disso... Eu vi que o erro é não me casar com ele. - Respondi, me levantando da cama e pegando as minhas coisas.

- Se por uma coisa dessas, você não vai me perdoar... Então é melhor mesmo a gente não continuar. E não precisa se preocupar porque eu não vou ao casamento.

Travei o maxilar, mas não olhei para trás; Saí do seu quarto, pisando forte e decidida.

Depois de trocar de roupa, eu liguei para o e, no terceiro toque, ele atendeu:

- Eu estava pensando em você agora mesmo...

- É? - Perguntei, tentando disfarçar a tristeza na voz.

- É. Eu... Queria conversar com você, pode ser?

- Claro. Eu também preciso falar com você.

- O que me diz então de a gente ir almoçar naquele restaurante em Mayfair? Posso passar aí e te buscar...

Combinei com ele e, logo em seguida, comecei a me arrumar. Tentei fazer a maquiagem de um jeito que não denunciasse o que eu tinha feito na noite anterior e muito menos o que eu estava sentindo. Peguei um vestido rosa que o próprio tinha me dado e escolhi uma das sandálias de marca que tinha comprado. Se eu realmente ia levar o meu plano até o final... Era bom que eu começasse a ir me acostumando à vida que eu ia ter dali para a frente.

Cerca de uma hora depois, quando o garçom levou os pratos vazios da entrada que havía-mos pedido, eu achei que era uma boa hora para falar:

- , eu... Estive pensando muito e... Eu decidi voltar atrás.

- Voltar atrás em...?

- Na decisão de adiarmos o casamento. Eu... Me desculpe. Essa ideia de pedir um tempo foi péssima e se você ainda quiser...

- Claro que eu quero! - Respondeu, sorridente. Por mais que eu gostasse do , não tinha a impressão que era a coisa errada. Mas ainda sim... Não conseguia me sentir genuinamente feliz com tudo aquilo. Como estava decidida, ia levar tudo até o final.

Naquela noite mesmo, fui jantar na casa do , que tinha chamado a para dar a notícia que tínhamos voltado e ela estava em puro êxtase.

- Ainda bem que não cancelamos nada. Quer dizer... - Começou a dizer e a observei. O tinha saído naquele momento e, por isso, pude perguntar:

- Como assim?

- Eu ultrapassei todos os limites. Me desculpe.

- Eu entendo, .

- Enfim. Eu dei um jeito de encomendar tudo aquilo que você tinha já preparado sem eu saber.

- O... te contou?

- Sim. Mas eu soube através do cerimonialista. Ele deixou escapar e foi justamente esse... Choque de realidade que eu precisava para ver o que estava fazendo.

Dei um sorriso tímido, sem mostrar os dentes e ela falou:

- Mas tem uma coisa que eu quero que você me permita fazer.

- O quê?

- A despedida de solteira.

Ri, concordando.

Assim, o tempo passou e eu ainda estava um pouco brava com as meninas (E os meninos), que descobri que foram os mentores da sabotagem ao casamento, mas não o suficiente para desfazer o convite para madrinhas e padrinhos.

Na semana anterior ao casamento, o Stephen me chamou no seu escritório e, logo que me sentei na cadeira de frente para a sua mesa, ele disse:

- Eu te chamei aqui por dois motivos. O primeiro é para te avisar que hoje é a sua última noite como Coyote.

- Você está me demitindo? - Perguntei, não acreditando.

- É, estou. Ainda mais que sabemos muito bem que assim que você passar por aquela porta no final do expediente, vai ser a esposa de um empresário e provavelmente não vai mais precisar trabalhar pelo resto da vida.

Eu realmente não conseguia acreditar.

- Stephen... - comecei a dizer, mas ele me impediu.

- Eu te conheço. Por mais que você me diga que não vai mudar nada... Estamos falando do . Não do . Vai ser difícil vir aqui e encontrar só duas mosqueteiras ao invés das três. Mas eu quero que você saiba que as portas sempre vão estar abertas para você, independente de quanto tempo demore para você voltar. Eu estou te dispensando agora porque você vai se casar semana que vem e eu realmente não quero mais confusão com o .

- E o outro motivo?

- Ah sim. Eu queria saber se você acha que eu devo contratar um dos lobinhos que estavam em espera.

- Por quê?- Perguntei, mesmo já sabendo da resposta.

- Porque você não vai ser a única quem vai sair do Coyote.

Naquele momento, entendi de quem mais ele estava falando. Me mantive quieta e, antes de sair dali, prometi que, sempre que desse... Voltaria ao lugar que, durante todos aqueles anos, era minha segunda casa.

Na sexta-feira à noite, durante a despedida de solteira, eu estava melancólica. Tentava disfarçar, mas não tinha muito jeito, principalmente com as meninas, que me conheciam muito bem.

Naquela noite, as duas foram para a minha casa e obviamente, não teve como não falar do .

- Ele vai voltar para Los Angeles. - A Nicola comentou. - Já está preparando tudo tem um mês mais ou menos.

- E por que ainda não foi? - Eu quis saber.

- Eu te falei... Ele está se preparando. - A ruiva respondeu.

- E ele falou que já marcou a passagem para amanhã. - A Di falou e eu, para não demonstrar qualquer emoção, logo mudei de assunto.

Quando deitei a cabeça sobre o travesseiro, eu tive certeza de que não ia conseguir dormir naquela noite.


What happened in Vegas... Didn't stayed in Vegas - 26º capítulo


And now I wanna find you but you're off the run

Então agora, eu quero sair com você agora
Eu quero estar com você a noite toda, no carro vamos lá
É, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa, vamos levar isso pra casa

(Maroon 5 - Doin’ dirt)

Luiza

Uma coisa era fato: A combinação de um par de Jimmy Choos altíssimos e vermelhos + um vestido Hervé Legér preto, daqueles que era sexy, não por causa do típico modelo justo, mas por deixar as minhas costas expostas, não tinha a menor chance de passar despercebido. Ainda mais aos olhos de certa pessoa...

Era sexta-feira, dia seguinte ao aniversário da Nadine, que conseguiu dobrar o Stephen e pediu uma folga para a gente. E fomos à uma boate, inclusive, perto do Coyote.

Agora, enquanto ela e o Tom estavam dançando (E até imagino o que estavam quase fazendo), a Lola tinha sumido com o Georg e o Gustav e eu estava ali, sentada à uma das mesas altas da boate em que estávamos. De novo, o Bill tinha passado a semana inteira atrás de mim. E arrumava uma desculpa mais esfarrapada que a outra.

- Aqui. - Ele falou, me entregando a taça com a bebida azul e vermelha. Senti o cheiro antes de experimentar. - Eu pensei em pedir um drink mais... Sex on the beach - Quase engasguei. - mas eu sabia que você ia brigar comigo, então...

- Ia porque é um drink que eu não gosto. - Respondi.

- Engraçado, porque eu jurava que você preferia muito mais um Sex on the beach do que um Cosmopolitan...

- Prefiro muito mais uma taça de um bom vinho. - Eu disse. Por que estava falando aquilo?

- Bom, você ainda não me falou o que achou da minha escolha...

- É gostoso. - Respondi, tomando outro gole. - O que tem aqui?

- Não conseguiu descobrir? Estou decepcionado... Uma Coyote não consegue nem distinguir os sabores...

Tomei outro gole e respondi:

- Curaçau blue, cranberrie, pimenta...

Ele sorriu e perguntei:

- Acertei?

Concordou.

- Pimenta rosa. - Disse. - Eu sei que você não gosta de pimenta e por isso que pedi para colocar uma mais suave.

Dei um meio sorriso.

Horas depois, quando finalmente estávamos indo para a casa, eu simplesmente perdi a paciência e, antes mesmo de descermos do táxi (Já que ele veio de carona comigo e, por causa da bebida, eu decidi ir e voltar sem meu carro), eu tirei as sandálias.

- Você vai mesmo andar descalça? - Ele perguntou.

- Os saltos estão me matando.

Respirando fundo, ele se aproveitou que ia sair primeiro e esperou só que eu estivesse ao seu alcance para me tirar do carro e me carregar nos braços. Diferente das outras vezes, não esperneei e nem ameacei bater nele.

- Isso é muito estranho... Você simplesmente aceitou assim, numa boa, que eu te carregasse até em casa... O que houve? - Quis saber.

- Estou te dando essa colher de chá só porque eu estou cansada demais para implicar com essa sua... Exibição de virilidade.

Gargalhou alto e bati no seu ombro.

- Daqui a pouco vão reclamar do barulho! - Sibilei e ele fez algo que eu realmente não estava esperando: Mordeu a minha bochecha. Mesmo sendo de leve, eu “impliquei”.

- Fica comigo hoje? - Pediu e perguntei:

- E vai mesmo me obrigar a dormir nesse vestido?- Perguntei, na inocência mas me arrependi no exato instante em que vi sua expressão ficar maliciosa.

- Te dou duas opções: Ou eu te empresto uma camisa minha de novo ou... Pode dormir sem nada que eu não me importo. Muito pelo contrário...

Suspirei, olhando feio para ele, que riu, mas mais baixo.

- Me faz um favor? As chaves estão no bolso de trás da calça. Vê se consegue alcançar... - Pediu. Me estiquei e tentei pegar as chaves. Consegui encontra-las e, já sabendo o que ia me pedir, esperei que me abaixasse o suficiente para conseguir destrancar a porta. Só quando entramos é que ele me pôs no chão de novo. Gemi ao sentir os meus pés tocando o carpete, apesar de ser macio, e ele perguntou:

- Está tudo bem?

Concordei.

- Apesar de estar acostumada... Ainda dói quando eu piso no chão, depois de tirar os saltos.

- Se quiser, posso... Tentar dar um jeito nisso.

- Infelizmente, eu vou ter de dispensar a massagem.

- Tem certeza?

Assenti.

- Já que é assim... - Começou a dizer. - E então? Vai querer ficar no quarto de hóspedes ou não vai ter frescura?

- Frescura?

- É. Você fica cheia de não-me-toques mesmo quando eu tenho a melhor das intenções...

Não consegui controlar o riso e talvez fosse por causa do álcool... Só sei dizer que mudei o tom e comecei a provocá-lo:

- E agora? Ainda está com a melhor das intenções?

Obviamente, ele reagiu e desfez a expressão de “seriedade” que estava estampada no seu rosto.

- Por enquanto... - Respondeu, com um sorriso nos lábios. Ainda não era malicioso.

- E... O que precisa para mudar essa sua... - Comecei a dizer enquanto me aproximava dele. - Boa intenção?

Ele esperou até que eu estivesse próxima o bastante (Praticamente com o corpo colado ao seu) para responder:

- Isso aqui.

Passou o braço em volta da minha cintura e me puxou na sua direção. Em seguida, me beijou daquele jeito que acabava com meu oxigênio em pouquíssimos segundos. Tudo o que ele fazia me deixava cada vez mais envolvida; Não era só o beijo e o fato de estar segurando minha cintura com firmeza. Era também, sua mão cobrindo a minha bochecha e o polegar a acariciando. Era sentir o calor que vinha dele. Era a sua boca na minha.

Não demorou muito para que o beijo ficasse cada vez mais cheio de desejo e menos impulsivo. A prova disso foi que não demorou muito para que eu sentisse a mão que, antes apertava minha cintura, descer um pouco e puxar meu quadril na direção do seu. Mesmo sem interromper o beijo, gemi e, na primeira oportunidade que eu tive, logo que ele deixou a minha boca por um instante, pedi:

- Não faz mais isso...

- Por que não? - Ele perguntou, com a boca colada ao meu pescoço. Deixei a língua passar sobre o meu lábio, tentando manter o foco um pouco, mas era impossível.

- Só... Não faz agora. Por favor. - Foi tudo o que eu consegui dizer, com a voz fraca e ainda me segurando para não gemer de novo. Sabia que estava sorrindo, mas, pelo menos não insistiu.

Algum tempo depois, estávamos entrando no seu quarto, da maneira mais desastrada possível, uma vez que não íamos simplesmente interromper o beijo para ver onde estávamos indo. De repente, o Bill, me segurando pela cintura, me puxou para mais perto enquanto aprofundava o beijo. De quebra, ainda decidiu me provocar, mordendo e sugando o meu lábio. E verdade fosse dita: Eu estava impaciente. Queria logo sentir ele dentro de mim, suas mãos percorrendo meu corpo, a sua boca na minha...

E a prova da minha impaciência foi quando minhas mãos foram para a fivela do seu cinto, não perdendo tempo em abri-lo. Logo, o Bill interrompeu o beijo e perguntou:

- Ei... Que pressa é essa?

- É justamente isso: Pressa. Não estou conseguindo ter paciência. - Respondi, me aproximando dele.

- Luiza...

Me afastei e fiz com que se sentasse na cama. Seu olhar acompanhava cada mínimo movimento que eu fazia e levei as mãos até o zíper do vestido e o puxei para baixo. Uma vez que o vestido ficou mais folgado, decidi provoca-lo:

- Acabei de perceber que, ao tirar o vestido, eu vou ficar em desvantagem...

- E daí? - Decidiu entrar no meu joguinho.

- É injusto, não acha? Vou ficar só... Com uma peça enquanto você vai ficar com quatro...

Tirou a jaqueta.

- A blusa também. - Falei e ele, mesmo se fingindo de contrariado, obedeceu. Tive que me controlar para não desistir do meu plano e tocar nele. Ver os seus músculos se contraindo enquanto tirava a camisa e não poder fazer nada foi... Uma tarefa extremamente árdua. Depois de jogá-la em um canto qualquer, apoiou os braços sobre o colchão e continuou me olhando.

- Ah... Espera. Me esqueci de um detalhe.

Me observando com um sorriso lascivo, abriu o cinto e, em seguida, a calça.

- Isso é... Igualdade suficiente para você?

- Pode ser... - Respondi, passando uma das alças do vestido por sobre o ombro. Repeti o gesto com a outra e, quando ia tirar o vestido... - Hã... Bill...

Me olhou, a princípio, com curiosidade e perguntou:

- O que foi?

- O vestido... Será que você pode me ajudar aqui?

Ao entender que eu estava entalada na peça, ele não conseguiu se controlar e riu. Não briguei com ele, que logo veio me ajudar. Assim que finalmente estava livre do vestido, o Bill falou:

- Pelo visto... Você realmente estava com as piores intenções...

Dei um meio sorriso e senti meu rosto esquentar. Estranhei aquilo, já que nunca tive vergonha do Bill...

Eu ia perguntar se não ia se levantar quando ele foi mais rápido:

- Mas... Por mais que eu tenha gostado da calcinha, ainda prefiro assim...

E de repente, senti a minha última peça de roupa deslizando rapidamente pelos quadris e passando pelas pernas. Uma vez livre, começou a beijar a minha coxa, evitando a parte interna e sempre subindo cada vez mais. Fechei os olhos quando ele avançou cada vez mais e senti que me fez apoiar as mãos sobre os seus ombros enquanto ainda me segurava firme pela cintura. Senti que me soltou por um instante só para fazer com que eu afastasse um pouco as pernas. Logo que a sua mão voltou para minha cintura, só tive tempo de respirar fundo e, no instante seguinte, senti sua língua em mim. Não conseguindo me controlar, tombei a cabeça para trás e desisti de tentar manter a respiração controlada; Entreabri os lábios para me ajudar na tarefa árdua que era respirar. Gemi quando um dos seus dedos substituiu a língua, cuja ponta estimulava o meu clitóris. Eu sabia que não ia demorar muito para que eu chegasse ao meu limite e, por mais que tivesse tentado fazer com que ele parasse... Não deu certo. Mordi o lábio assim que fui tomada pelo clímax e só quando comecei a me recuperar é que ele se levantou. Imediatamente, começou a me beijar. Automaticamente, minhas mãos foram, uma para sua nuca e a outra para os seus cabelos. Ele, em resposta, apertou minha cintura e puxou o meu quadril na sua direção. Não demorou muito para começar a me guiar até a cama, sem interromper nada do que estávamos fazendo. Assim que senti a estrutura de madeira bater na parte de trás dos meus joelhos, desci as minhas mãos até os passadores do cinto da sua calça e o puxei enquanto me fazia deitar sobre o colchão. Claro que ele não demorou para deixar sua mão passear livremente por minha perna. Cada vez com menos paciência, tratei logo de tirar o resto das suas roupas e, uma vez livre, ele começou com a “tortura”: Afastou os seus lábios dos meus e deixou que tocassem cada pedaço do meu pescoço. No exato instante em que ele beijou o ponto perto da minha orelha, eu não consegui me segurar e gemi, me dando conta do quanto eu sentia falta daquilo. Falando cem por cento francamente, o Alex tinha pegada. Mas a do Bill... Sabe quando a criatura te olha de um jeito que te deixa de pernas bambas, com respiração falha e parece conseguir ver, sentir e se deliciar com tudo aquilo que ele te causa? Pois é. O olhar dele era assim: Intenso ao ponto de me fazer sentir sem roupa e ter a sensação que ele conseguia enxergar muito mais além. Agora imagine você o estrago que a criatura fazia quando cismava de ultrapassar toda e qualquer barreira que encontrasse?

- Gosta disso? - Ele perguntou, com a boca colada à minha orelha e com aquela voz rouca e sexy que simplesmente minava qualquer resquício de juízo que eu ainda pudesse ter. A prova disso foi que só consegui resmungar uma resposta positiva. - Imaginei que estivesse sentindo falta...

Ia responder quando ele moveu o quadril contra o meu.

- Eu também senti. - Respondeu depois de morder o meu lóbulo. - Senti falta, principalmente, do seu cheiro. - E, se aproveitando da proximidade, inspirou, com o nariz colado ao meu pescoço. Preciso dizer que quase morri com aquilo? - Da sua pele... - Acariciou a minha cintura. - Da sua boca... - Me beijou rapidamente. - E senti falta, acima de qualquer coisa, de você.

Percebi que me olhava fixamente e, quando acariciei sua bochecha, admiti:

- Eu também.

O sorriso doce que eu amava, principalmente por ser espontâneo, apareceu por um breve instante antes de a sua boca cobrir a minha. Em pouco tempo, já estava totalmente à sua mercê, só me deliciando cada vez mais com o beijo. Nunca tinha parado para prestar atenção no quanto meu coração batia rápido; Sempre sentia meu corpo esquentando e só. Talvez porque, em se tratando do Bill, era muito mais... Instintiva. Eu o amava, claro. Gostava muito da companhia dele, de quando me fazia rir e até mesmo o fato de estar ao meu lado, milagrosamente sem falar um “A” que fosse, era muito bom. Mas nas horas em que ele dava seus sorrisos maliciosos, fazia insinuações e até mesmo me olhava de um jeito diferente... Era quando eu ficava mais disposta a jogar tudo para o alto.

Esperei pela oportunidade perfeita para poder inverter as posições e ficar por cima dele. Uma vez que tinha conseguido, fiz como ele e comecei pelo pescoço. Não resisti e o mordi de leve; Sua resposta foi apertar a minha cintura. Ri fraco e continuei beijando cada pedaço da sua pele, cada vez mais me afastando do seu rosto. Quando cheguei à barriga, não resisti e deixei as pontas dos meus dedos deslizarem pelos contornos dos seus músculos, que se retesaram na mesma hora.

- Não faz isso... - Ele falou, com a voz grave, rouca e sexy, segurando o meu pulso quando deixei a unha arranhar sua pele, perto de onde seria o “caminho da felicidade”.

- Por que não? - O imitei, sorrindo.

- Porque eu vou acabar perdendo o controle.

- Mas é essa a intenção!

- Mas não a minha. - Respondeu, me observando fixamente.

Suspirando, acabei fazendo o que ele queria e me contentei em continuar com os beijos. Uma vez que cheguei onde queria, o observei e, embora ainda não tivesse o tocado, ele não estava conseguindo aguentar. Sem querer prolongar aquilo por muito mais tempo, o segurei e deixei a ponta da minha língua percorrer toda a sua extensão. Ao chegar na glande, o coloquei na boca e comecei a suga-lo ao mesmo tempo em que começava a masturba-lo. Me lembrei de uma coisa que ele havia dito e esperei o momento para surpreendê-lo.

O tempo todo, o observei e prestei atenção à cada uma das suas reações. A “pior” parte é que vê-lo daquele jeito estava me atingindo também; Tive que me controlar para manter as duas mãos nele.

Depois de alguns minutos, eu passei a aumentar a velocidade e, quando ele estava cada vez mais perto do seu limite, me chamou e, quando o olhei, indicou o criado-mudo e entendi na mesma hora. Não escondi que estava contrariada, mas assim que consegui abrir o pacote da camisinha, ele tentou me amolecer:

- Eu não pretendo te deixar ir embora por todo o final de semana... Daqui a pouco você faz o que quiser comigo.

Olhei para ele, não falei nada e tratei logo de colocar a camisinha. Em seguida, inverteu as posições, me deixando por baixo e, antes mesmo de fazer qualquer coisa, mordeu a minha bochecha e disse:

- Não fica brava comigo, vai...

Fiz língua e ele me mordeu de novo. E, antes mesmo que eu pudesse protestar, lentamente deslizou para dentro de mim e se movia sem a menor pressa. Ao mesmo tempo, deixava as mãos livres para tocarem todo e qualquer pedaço do meu corpo que conseguiam alcançar.

Por mais que quisesse que ele fosse mais rápido, não falei nada e esperei até o momento em que ele não ia conseguir mais aguentar manter aquele ritmo lento. Mas, apesar de tudo, ele investia cada vez mais profundamente e talvez por causa de tudo que fazia comigo, estava sendo quase tão bom quanto de costume.

E é óbvio que ele não aguentou e começou a se mover cada vez mais rápido. Eu correspondia do jeito que podia e, assim que cheguei ao clímax pela segunda vez, fiz questão de não me controlar e gemi. Não estava nem aí se foi alto demais, se os vizinhos ouviriam... Fato é que eu estava com ele, que eu amava, e finalmente tínhamos nos acertado. E desta vez, ia dar certo e ficaríamos juntos como devíamos ter feito desde o início.

Alguns minutos depois, foi a vez dele, que se largou ao meu lado. E imediatamente, me puxou para mais perto, fazendo com que ficássemos na posição de conchinha.

Depois de um tempo, eu já tinha mudado de posição, ainda mais que estava com o braço doendo por causa do peso do meu corpo, e estava deitada de bruços, mas com as pernas enroscadas às suas, a mão sobre o seu peito e tendo as costas acariciadas por ele. A cabeça não estava sobre o seu ombro, mas ainda estava perto.

- Sabia que é difícil de acreditar que você está aqui? - Ele perguntou. Apertei sua cintura e quis saber:

- E agora? Você acredita?

Rindo fraco, me aninhou ainda mais.

Na manhã seguinte, quando ele estava no banho e eu estava terminando de me vestir, o seu celular começou a tocar. Me aproximei da porta do banheiro e, depois de duas batidas leves, perguntei:

- Bill... O telefone está tocando. Quer que eu atenda e anote o recado?

- Pode, por favor. - Ele respondeu. Assim que atendi, ouvi:

- Por favor, eu poderia falar com o Bill Kaulitz?

- Ele está no banho agora... Quer deixar recado? - Perguntei, começando a desconfiar.

- Sim. Pode dizer que o reembolso já foi depositado na conta dele?

- Claro. Mas... Só para ele não fazer confusão, esse reembolso é de...?

A garota me avisou que era do bufê onde a Lee tinha encomendado os salgados e doces que seriam servidos no casamento. E que eu tinha odiado. Com um pouco de conversa, consegui enrolar a garota e fazer com que ela me revelasse tudo.

Assim que desliguei o telefone, me sentei na cama e esperei até que o Bill saísse. E, uma vez que ele apareceu, perguntou:

- E então? Quem era?

Respirei fundo, tentando manter a calma e respondi:

- Por que você estava sabotando o meu casamento?

Ele abriu a boca para responder, mas não conseguiu dizer nada. Passou a mão pelos cabelos e finalmente se decidiu:

- Eu queria você de volta. Eu sei que nada justifica o que eu fiz, mas... Estava desesperado.

Assenti lentamente e, depois de um longo tempo em silêncio, o Bill se aproximou.

- Iza...

- O pior disso tudo não foi você ter tentado atrapalhar o casamento. Foi ter feito isso pelas minhas costas. E isso... Vai ser muito mais difícil de perdoar. Ainda mais do jeito que eu descobri.

Ele tinha feito menção de me tocar. Mas, depois daquilo, recuou.

- Como espera que eu possa te dar uma chance quando não posso confiar em você?

- Eu já te provei que pode confiar. Nunca te traí. Se o Alex já foi para a cama com outra e você aceitou ficar com ele mesmo assim... Por que não pode me perdoar por tentar te mostrar que insistir em se casar com ele era um erro?

- Acontece que, depois disso... Eu vi que o erro é não me casar com ele. - Respondi, me levantando da cama e pegando as minhas coisas.

- Se por uma coisa dessas, você não vai me perdoar... Então é melhor mesmo a gente não continuar. E não precisa se preocupar porque eu não vou ao casamento.

Travei o maxilar, mas não olhei para trás; Saí do seu quarto, pisando forte e decidida.

Depois de trocar de roupa, eu liguei para o Alex e, no terceiro toque, ele atendeu:

- Eu estava pensando em você agora mesmo...

- É? - Perguntei, tentando disfarçar a tristeza na voz.

- É. Eu... Queria conversar com você, pode ser?

- Claro. Eu também preciso falar com você.

- O que me diz então de a gente ir almoçar naquele restaurante em Mayfair? Posso passar aí e te buscar...

Combinei com ele e, logo em seguida, comecei a me arrumar. Tentei fazer a maquiagem de um jeito que não denunciasse o que eu tinha feito na noite anterior e muito menos o que eu estava sentindo. Peguei um vestido rosa que o próprio Alex tinha me dado e escolhi uma das sandálias de marca que tinha comprado. Se eu realmente ia levar o meu plano até o final... Era bom que eu começasse a ir me acostumando à vida que eu ia ter dali para a frente.

Cerca de uma hora depois, quando o garçom levou os pratos vazios da entrada que havía-mos pedido, eu achei que era uma boa hora para falar:

- Alex, eu... Estive pensando muito e... Eu decidi voltar atrás.

- Voltar atrás em...?

- Na decisão de adiarmos o casamento. Eu... Me desculpe. Essa ideia de pedir um tempo foi péssima e se você ainda quiser...

- Claro que eu quero! - Respondeu, sorridente. Por mais que eu gostasse do Alex, não tinha a impressão que era a coisa errada. Mas ainda sim... Não conseguia me sentir genuinamente feliz com tudo aquilo. Como estava decidida, ia levar tudo até o final.

Naquela noite mesmo, fui jantar na casa do Alex, que tinha chamado a Lee para dar a notícia que tínhamos voltado e ela estava em puro êxtase.

- Ainda bem que não cancelamos nada. Quer dizer... - Começou a dizer e a observei. O Alex tinha saído naquele momento e, por isso, pude perguntar:

- Como assim?

- Eu ultrapassei todos os limites. Me desculpe.

- Eu entendo, Lee.

- Enfim. Eu dei um jeito de encomendar tudo aquilo que você tinha já preparado sem eu saber.

- O... Alex te contou?

- Sim. Mas eu soube através do cerimonialista. Ele deixou escapar e foi justamente esse... Choque de realidade que eu precisava para ver o que estava fazendo.

Dei um sorriso tímido, sem mostrar os dentes e ela falou:

- Mas tem uma coisa que eu quero que você me permita fazer.

- O quê?

- A despedida de solteira.

Ri, concordando.

Assim, o tempo passou e eu ainda estava um pouco brava com as meninas (E os meninos), que descobri que foram os mentores da sabotagem ao casamento, mas não o suficiente para desfazer o convite para madrinhas e padrinhos.

Na semana anterior ao casamento, o Stephen me chamou no seu escritório e, logo que me sentei na cadeira de frente para a sua mesa, ele disse:

- Eu te chamei aqui por dois motivos. O primeiro é para te avisar que hoje é a sua última noite como Coyote.

- Você está me demitindo? - Perguntei, não acreditando.

- É, estou. Ainda mais que sabemos muito bem que assim que você passar por aquela porta no final do expediente, vai ser a esposa de um empresário e provavelmente não vai mais precisar trabalhar pelo resto da vida.

Eu realmente não conseguia acreditar.

- Stephen... - comecei a dizer, mas ele me impediu.

- Eu te conheço. Por mais que você me diga que não vai mudar nada... Estamos falando do Alex. Não do Bill. Vai ser difícil vir aqui e encontrar só duas mosqueteiras ao invés das três. Mas eu quero que você saiba que as portas sempre vão estar abertas para você, independente de quanto tempo demore para você voltar. Eu estou te dispensando agora porque você vai se casar semana que vem e eu realmente não quero mais confusão com o Alex.

- E o outro motivo?

- Ah sim. Eu queria saber se você acha que eu devo contratar um dos lobinhos que estavam em espera.

- Por quê?- Perguntei, mesmo já sabendo da resposta.

- Porque você não vai ser a única quem vai sair do Coyote.

Naquele momento, entendi de quem mais ele estava falando. Me mantive quieta e, antes de sair dali, prometi que, sempre que desse... Voltaria ao lugar que, durante todos aqueles anos, era minha segunda casa.

Na sexta-feira à noite, durante a despedida de solteira, eu estava melancólica. Tentava disfarçar, mas não tinha muito jeito, principalmente com as meninas, que me conheciam muito bem.

Naquela noite, as duas foram para a minha casa e obviamente, não teve como não falar do Bill.

- Ele vai voltar para Los Angeles. - A Nicola comentou. - Já está preparando tudo tem um mês mais ou menos.

- E por que ainda não foi? - Eu quis saber.

- Eu te falei... Ele está se preparando. - A ruiva respondeu.

- E ele falou que já marcou a passagem para amanhã. - A Di falou e eu, para não demonstrar qualquer emoção, logo mudei de assunto.

Quando deitei a cabeça sobre o travesseiro, eu tive certeza de que não ia conseguir dormir naquela noite.